A gigante de alimentos JBS teve lucro líquido consolidado de 486,2 milhões de reais no primeiro trimestre, após prejuízo de 2,64 bilhões reais um ano antes, apesar da queda da receita no período.
O lucro atribuído à controladora foi de 422,3 milhões de reais de janeiro a março, também uma reversão ante o prejuízo de 2,74 bilhões de reais um ano antes. No primeiro trimestre de 2016, a empresa amargou fortes perdas com proteção cambial.
O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou nesta terça-feira, 16, que a empresa ainda analisa o despacho judicial de sexta-feira, 12, e que “no nosso entendimento não cria problema para seguirmos adiante” com a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da JBS Foods International na Bolsa de Nova York (Nyse), nos Estados Unidos. “Se tiver algum entendimento contrário, será resolvido”, afirmou, em teleconferência com analistas e investidores.
“Nosso jurídico não vê que isso nos impeça de seguir adiante”. Batista afirmou que a perspectiva agora é que a abertura seja concluída no segundo semestre deste ano e não mais no primeiro semestre, como foi anunciado inicialmente.
Apesar de ter a perspectiva de que o IPO seja feito no segundo semestre, Batista afirmou que, enquanto houver pendências que impactem no valuation da operação, “não vale a pena” concluir o plano.
“Quando estiver claro para o mercado e não tiver dúvida de pessoas (investidores) interessadas que não seja sobre a companhia e seu resultado, não vale a pena o nosso o objetivo, que é precificar a companhia no valor que ela tem”, afirmou Batista, em teleconferência com analistas e investidores.
Ainda na teleconferência, os executivos da empresa disseram que o trabalho na divisão Seara da empresa está focado na melhoria de margens. “Não admitimos trabalhar com margem abaixo de dois dígitos nesse negócio, achamos isso uma anormalidade”, afirmou Batista.Os executivos disseram ainda que não há nenhuma estratégia, dentro da divisão de transformar marcas regionais em nacionais.
“As marcas regionais têm um único papel de proteção da marca Seara.” O resultado operacional da maior processadora de carne bovina do mundo medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 2,14 bilhões de reais no trimestre, alta de 0,2 por cento ano a ano.
Mas a receita líquida da JBS caiu 14,3 por cento no comparativo anual, a 37,6 bilhões de reais. A companhia atribuiu a queda à redução da receita da Seara e da JBS Mercosul, além da desvalorização do dólar, que passou de 3,91 reais no primeiro trimestre de 2016 para 3,14 reais neste ano, atingindo as receitas com exportações.
"A queda na receita resulta principalmente da redução de 4,7 por cento do preço de venda da carne in natura no mercado interno e de 16,4 por cento no mercado externo", disse a empresa sobre a queda de 11 por cento na receita da JBS Mercosul.
“Nossas operações na América do Sul, por sua vez, continuaram enfrentando um cenário desafiador, principalmente em função da forte valorização do real frente ao dólar americano”, afirmou em nota o CEO da JBS, Wesley Batista. Segundo ele, a moeda norte-americana passou de R$ 3,91 no primeiro trimestre de 2016 para R$ 3,14, impactando a rentabilidade das exportações a partir do Brasil.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou praticamente estável de janeiro a março de 2017 ante igual intervalo do ano passado, para R$ 2,14 bilhões, ante R$ 2,137 bilhões. A margem Ebitda passou de 4,9%, para 5,7%, na mesma base de comparação.
No primeiro trimestre deste ano, a JBS registrou uma despesa financeira líquida de R$ 410,8 milhões. O resultado de variações cambiais e do ajuste a valor justo de derivativos foi de R$ 441,1 milhões. Os juros passivos foram de R$ 909,3 milhões, enquanto que os juros ativos foram de R$ 73,2 milhões. Impostos, contribuições, tarifas e outros resultaram em uma despesa de R$ 15,8 milhões.
A alavancagem da JBS ficou em 4,2 vezes no fim de março, ante o registrado no fim de 2016 de 4,16 vezes. A JBS encerrou o primeiro trimestre com uma dívida líquida de R$ 47,806 bilhões. A porcentagem da dívida de curto prazo em relação à dívida total ficou em 31% no período, dos quais 74% são linhas lastreadas às exportações das unidades brasileiras. Ao final do período, 92,2% da dívida era denominada em dólares.
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