A Alpargatas apurou lucro líquido de R$ 179,8 milhões no primeiro trimestre de 2017, crescimento de 62,1% frente a igual período do ano anterior.
A companhia reportou ainda um lucro líquido das operações continuadas, que desconsidera os resultados de Topper, Rainha e Timberland. Esse lucro atingiu R$ 181,4 milhões no trimestre, expansão de 59,7%. A Alpargatas anunciou a venda das marcas Topper e Rainha em 2015 e decidiu descontinuar a partir de 2017 sua representação da Timberland no Brasil.
O resultado foi impulsionado principalmente por ganhos com reversão de provisão tributária no Brasil, de R$ 212,7 milhões, e de créditos tributários na Argentina, de R$ 33,3 milhões — que também ajudaram a elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda no período).
Excluindo o impacto da reversão da provisão tributária sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins e os créditos tributários na Argentina, o lucro nos três primeiros meses do ano teria caído 86,9%, para R$ 14,5 milhões.
No intervalo, a receita líquida da Alpargatas recuou 18,7%, para R$ 807,5 milhões. A receita líquida no Brasil diminuiu 16,8%, para R$ 466,1 milhões, com queda de 32% no volume vendido de sandálias, para 35,6 milhões de pares.
Outros produtos da marca Havaianas caíram 35,8% em volume de vendas, para 269 mil peças no Brasil no trimestre. As vendas de Mizuno recuaram 17,1% em volume, para 738 mil pares, na mesma base comparativa. As vendas da Osklen também tiveram queda no período, de 6,3%, para 300 mil peças.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre janeiro e março somou R$ 247,9 milhões, elevação de 31% na comparação com os mesmos meses de 2016.
O resultado da companhia foi impactado positivamente pela reversão de provisões e por créditos tributários no Brasil e na Argentina. Houve um benefício líquido de R$ 165,3 milhões relativo à contabilização de itens não recorrentes, dos quais se destacam, no Brasil, a reversão de provisão tributária sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. No mesmo trimestre do ano anterior, esse saldo de outras receitas e despesas não recorrentes da Alpargatas havia sido uma despesa de R$ 3,2 milhões.
A receita líquida da Alpargatas no trimestre foi de R$ 807,5 milhões, queda de 18,7% na comparação anual.
A Alpargatas observou em relatório que já havia comentado anteriormente que esperava uma queda em vendas de sandálias no Brasil no primeiro trimestre. Isso porque, no quarto trimestre de 2016, a empresa apresentou um forte aumento de vendas para o varejo, de forma que tais clientes iniciaram 2017 com estoques elevados.
No mercado internacional, a receita da Alpargatas caiu 20,5%, para R$ 187,3 milhões. Em volume, as exportações aumentaram 4%, para 9,1 milhões de pares. De acordo com a companhia, a receita das vendas em dólar foi menor por causa do preço médio mais baixo de exportações para países da América do Sul, especialmente Paraguai, e para Austrália.
Na Argentina, a receita caiu 22,1%, para R$ 154,1 milhões, devido principalmente a perdas com a conversão da receita para o real.
O Ebitda avançou 31% no trimestre, para R$ 247,9 milhões. No período, a empresa obteve um benefício líquido de R$ 180,2 milhões relativo à contabilização de itens não recorrentes, com destaque para a reversão de provisão tributária. A Alpargatas informou que não vai mais divulgar Ebitda ajustado por itens não recorrentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários...