A Ambev registrou alta de 15,8% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 3º trimestre deste ano em relação a 2016, somando R$ 4,551 bilhões.
A companhia aderiu ao Refis, o programa de regularização de dívidas tributárias, e pagará R$ 3,5 bilhões para quitar dívidas tributárias.
O valor será parcelado em 145 vezes, mas impactou o resultado do terceiro trimestre. Neste período, a empresa lançou o valor de R$ 2,974 bilhões de despesas adicionais.
Sem esse fator "extraordinário", a Ambev teria lucrado R$ 3,236 bilhões no 3º trimestre de 2017, resultado 1,2% maior que o registrado no mesmo período de 2016 (R$ 3,198 bilhões). A informação é divulgada pela empresa como lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários do resultado do trimestre.
Nos últimos trimestres, a empresa teve de lidar com a menor demanda e as variações nos preços das commodities, como o alumínio, grãos e açúcar. A concorrência no Brasil, seu principal mercado, também ficou mais dura, após a rival holandesa Heineken NV ter duplicado sua presença ao adquirir a operação local da Kirin Holdings.No balanço, a empresa destacou que o "pior ficou para trás" e que "o Brasil, nosso maior mercado, está de volta à sua trajetória". o período de 2016.
A Ambev informou em setembro desse ano que aderiu ao programa especial de regularização tributária. O valor total a ser pago é de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, dos quais cerca de R$ 1 bilhão será pago em 2017 e o restante em 145 parcelas mensais a partir de janeiro de 2018, acrescido de juros.
A adesão ao programa afetou ainda o resultado financeiro líquido da Ambev. A empresa reportou no terceiro trimestre despesa de R$ 674,9 milhões. Esse montante inclui despesa financeira não recorrente de R$ 141 paga como resultado da adesão ao PERT.
Mesmo com esse impacto, a despesa financeira registrada no trimestre é inferior à do mesmo período de 2016, quando a companhia reportou resultado financeiro negativo em R$ 722,6 milhões. A melhora ocorreu em razão de uma menor despesa com juros e menores perdas com derivativos. A Ambev afirmou que as perdas com instrumentos derivativos diminuíram 88,4%, como consequência de menores
custos de carrego e resultados positivos do equity swap.
A Ambev encerrou o terceiro trimestre de 2017 com uma dívida consolidada de R$ 3,329 bilhões, dos quais R$ 2,169 bilhões estavam em moeda estrangeira e R$ 1,160 bilhão em moeda local. A companhia registrou ainda um caixa total de R$ 8,340 bilhões, resultando em um caixa líquido de R$ 5,018 bilhões.
As operações da companhia no Brasil registraram um aumento no Ebitda de 17,4% no terceiro trimestre, para R$ 2,4 bilhões. Considerando apenas o segmento de cerveja no Brasil, o crescimento do Ebitda foi de 25,7%. O volume total de bebidas comercializado pela Ambev recuou 4%, para 24,7 milhões de hectolitros. A receita total no país subiu 9,7%, para R$ 6 bilhões.
A venda de cervejas caiu no Brasil no período, mas a receita no segmento subiu. A queda no volume foi de 5,4% (de 19,5 milhões de hectolitros para 18,5 milhões de hectolitros). No entanto, o aumento da receita no segmento foi de 9,6% (de R$ 4,7 bilhões para R$ 5,2 bilhões).
A Ambev atribui a queda na venda pelo fraco resultado da indústria e pelo fato de os consumidores continuarem a ser pressionados pelo ambiente macroeconômico. Outro fator, segundo a companhia, foram os ajustes de preços ocorridos no 3º trimestre, diferente do ano anterior, quando foram feitos no 4º trimestre.
“Neste ano, fizemos o reajuste dos nossos preços no terceiro trimestre e não no quarto como no ano passado, o que torna a base de comparação mais difícil neste trimestre”, explica Ricardo Rittes, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev.
Apesar do recuo entre julho e setembro, no acumulado do ano o volume de vendas de cerveja continua acima da média da indústria. “Para o resto do ano, seguimos cautelosamente otimistas com o mercado brasileiro de cerveja e já conseguimos ver sinais de melhora no cenário macroeconômico, em função do aumento da renda disponível dos consumidores e da redução do desemprego”, afirma Rittes.
Os resultados da Ambev sofreram nos últimos trimestres com a fraca demanda e as variações nos preços das commodities, como alumínio, grãos e açúcar. A concorrência no Brasil, seu principal mercado, também ficou mais dura, após a rival holandesa Heineken NV ter duplicado sua presença ao adquirir a operação local da Kirin Holdings.
"No terceiro trimestre atingimos um ponto de inflexão, impulsionado por um sólido desempenho na maioria dos mercados em que operamos", disse a empresa, destacando que o "pior já ficou para trás".
A receita líquida teve crescimento orgânico de 9,6% no trimestre, para R$ 11,362 bilhões.
No Brasil, a receita líquida aumentou 9,7%, com a queda de 4% do volume vendido, mas compensada pelo aumento de 14,2%. da receita líquida por hectolitro.
O volume de vendas de cerveja no Brasil caiu 5,4% no período, "impactado por uma indústria ainda em queda", afirmou a empresa.
As operações da Ambev em países da região chamada de América Latina Sul (LAS) apresentaram crescimento de 1,4% no volume de bebidas vendidas no terceiro trimestre de 2017 ante o mesmo período do ano passado. De julho a setembro deste ano, a companhia comercializou 7,810 milhões de hectolitros de bebidas nos países.
Já a receita da unidade de negócios cresceu em ritmo mais acelerado no mesmo período. A receita subiu 7,1% no período, chegando a R$ 2,434 bilhões entre julho e setembro.
De acordo com comentário da Ambev sobre os resultados, o desempenho na região foi marcado por um fraco resultado da indústria de refrigerantes. Apesar disso, a companhia afirma que tal impacto foi compensado por um forte desempenho da venda de cerveja na Argentina. A Ambev afirma que o negócio de cerveja no país cresceu dois dígitos, “apoiado por melhora do ambiente macroeconômico e clima favorável”. A companhia cita ainda resultados positivos no Paraguai.
Os resultados da Ambev deixaram de consolidar as operações de Colômbia, Peru e Equador, transferidas após um acordo com a controladora AB Inbev.
O Custo do Produto Vendido (CPV) na região aumentou 12,8%, para R$ 959,7 milhões, enquanto o CPV por hectolitro (CPV/hl) avançou 11,3%, para R$ 122,9. O Ebitda ajustado subiu 13,2%, para R$ 1,101 bilhão, com margem de 45,3%.
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