A produção de milho do Brasil superou em 2012 à de soja pela primeira vez desde 2002, segundo um estudo de Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção de milho superou a de soja em volume no ano passado, na esteira da quebra de safra dos Estados Unidos (maior produtor mundial), que impulsionou os preços. Com esse incentivo, o município de Sorriso, em Mato Grosso (MT), aumentou a sua produção em 124,6% em 2012 ante 2011 e tomou a liderança no ranking de municípios com as maiores produções.
No total, Sorriso produziu 1,998 milhão de toneladas do cereal, o que se traduziu em ganhos de R$ 559,774 milhões. A expansão da área colhida para 350,420 mil hectares, ante 211,030 mil hectares em 2011, foi o que permitiu que o município superasse Jataí, em Goiás, que liderou o ranking de produção de milho no ano anterior.
Em segundo lugar, Jataí produziu 1,221 milhão de toneladas do grão, cujo valor somou R$ 433,029 milhões. A área colhida foi de 176,500 mil hectares, cerca de 23,5 mil hectares a mais do que em 2011.
Apesar desses destaques pontuais, o Paraná segue como o Estado líder na produção de milho, respondendo por 16,555 milhões de toneladas. Mato Grosso é o segundo na lista e, com um salto de 101,5% na produção, se aproximou do Paraná. No total, foram 15,646 milhões de toneladas de milho. Os dois Estados estão isolados no topo da lista, uma vez que Goiás, na terceira colocação, teve uma produção de 8,230 milhões de toneladas.
A produção brasileira de milho (71,1 milhões de toneladas) cresceu 27,7% e superou a da soja (65,9 milhões de toneladas) em 2012, que era líder desde 2002. Isso porque a produção de soja teve queda de 12% por falta de chuvas, principalmente nas Regiões Sul e Nordeste.
Apesar da queda na produção, a soja continua sendo a cultura com o maior valor de produção (24,7% do total nacional), seguida pela cana-de-açúcar (19,8%) e o milho (13,2%). Já a produção de cana teve sua primeira queda (-1,8%) em 12 anos.
A área total plantada no ano passado no Brasil chegou a 69,2 milhões de hectares, o que representa um crescimento de um milhão de hectares em relação de 2011. A área plantada com milho se elevou em 1,5 milhão de hectares, com crescimento de 10,7%. O maior crescimento no cultivo de milho foi registrado na região Centro-Oeste do país graças a não ter sofrido secas, algo que afetou outras regiões do Brasil.
No relativo à soja, a produção se reduziu apesar do aumento da área plantada em 1,1 milhão de hectares, ocupando este cereal um total 25,1 milhões (36,3% da superfície dedicada à colheita no país). Segundo o IBGE, isso se deveu à falta de chuvas regulares na região sul do país e nos estados de Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí.
A seca que afetou a região Sul, Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí derrubou a produção de soja em 12% ante 2011 - apesar do crescimento na área plantada - e desbancou a oleaginosa da primeira colocação. Municípios líderes no ranking da soja também sentiram os efeitos da falta de chuvas a registraram quedas na produção. As informações são da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O município de Sorriso (MT), que respondeu por 3% da produção nacional no ano passado e é o maior produtor, viu o volume de soja minguar para 1,961 milhão de toneladas, ante 2,088 milhões em 2011. O segundo na lista passou a ser Sapezal, também em Mato Grosso, que conseguiu expandir a safra em 3,7%, para 1,130 milhão de tonelada.
O município de Nova Mutum (MT), que se posicionava no 2º lugar no ano passado, caiu para terceiro, com retração de 4,7% na produção, para 1,107 milhão de toneladas.
Em termos regionais, o Sul foi a região mais prejudicada pela estiagem e teve queda de 37,3% na produção em 2012 ante 2011. O Rio Grande do Sul teve os maiores prejuízos: a safra em 2012 ficou em 5,945 milhões de toneladas, em comparação com volume de 11,717 milhões de toneladas no ano anterior. Com uma retração de 49,3%, o Estado caiu da 3ª para a 4ª colocação no ranking.
Mato Grosso continua como líder nacional e expandiu sua participação para 33,2% da colheita em todo o País. Mesmo com as adversidades, o Estado conseguiu expandir sua produção em 5%, para 21,841 milhões de toneladas.
A produção total de soja em 2012 foi de 65,848 milhões de toneladas, 12% inferior à de 2011, que ficou em 74,815 milhões de toneladas.
O valor da produção agrícola brasileira cresceu 4,3 % em 2012 e chegou a R$ 204 bilhões. A área agrícola cultivada em 2012 chegou a 69,2 milhões de hectares, 1 milhão a mais do que em 2011. Segundo o estudo, o resultado maior deveu-se ao aumento das áreas cultivadas com soja e milho.
Milho, feijão e algodão deram as maiores contribuições para o aumento do valor da produção, com altas de 20,7%, 20,7% e 11,8%, respectivamente. Mas a soja continua com a maior participação no valor da produção agrícola do país (24,7%), seguida da cana-de-açúcar (19,8%) e do milho (13,2%).
O estudo mostrou também concentração de produtos e regiões na produção agrícola brasileira. A soja é o principal produto em nove estados e a cana-de-açúcar em seis. Além disso, mais da metade do valor da produção agrícola brasileira (55,4%) vêm de apenas quatro estados: São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná.
O IBGE demonstrou preocupação com o fato de que a agricultura está concentrada em poucos produtos em alguns estados, o que pode trazer 'sérios prejuízos em caso de intempéries ou queda nos preços'. Os exemplos que a pesquisa destacou foram Alagoas, onde a cana-de-açúcar responde por 86% do valor de produção, e o Espírito Santo, que tem mais de dois terços (70,4%) do valor da produção agrícola provenientes do café.
A PAM investiga 64 produtos agrícolas em quase todos os 5.565 municípios do país e traz informações sobre as áreas plantada e colhida, a quantidade produzida e o valor da produção. O estudo possibilita o acompanhamento da evolução das principais culturas: soja, cana-de-açúcar, milho e demais grãos, algodão, arroz, feijão, entre outros, assim como 22 espécies de frutas. Em 2012, pela primeira vez, a PAM traz informações sobre a produção das espécies de café arábica e canephora, separadamente.
Apesar da expansão da área plantada em 1,1 milhão de hectares, fazendo a soja ocupar 25,1 milhões de hectares, 36,3% da área plantada no país, o resultado não se refletiu em aumento de produção. Segundo o IBGE, o motivo foi a falta de chuvas regulares na Região Sul, em Mato Grosso do Sul, na Bahia e no Piauí. Entretanto, a soja continua tendo o maior valor de produção (24,7%), seguida da cana-de-açúcar (19,8%) e do milho (13,2%).
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