O governo ampliou por meio de decreto presidencial o limite de participação de estrangeiros no capital do Banco do Brasil de 20% para até 30%, informou o banco em fato relevante divulgado na sexta-feira (25).
Em setembro de 2009, o banco havia informado a elevação do limite de 12,5% para 20%, na mesma ocasião em que foi autorizada pelo governo a emissão de American Depositary Receipts (ADRs) da instituição financeira.
A emissão dos recibos de ações negociados no mercado norte-americano ocorreu em dezembro de 2009, quando o banco informou que a iniciativa permitiria a diversificação da base acionária e o aumento da liquidez da ações.
Segundo o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, o pedido foi feito diante da previsão de aumento da demanda por ações do banco com as novas regras do Ibovespa --índice da bolsa paulista que reúne as principais ações brasileiras.
"Se o banco ganhar mais presença no índice, os fundos que acompanham o Ibovespa precisarão comprar mais ações da instituição", explicou Monteiro à Reuters nesta sexta-feira.
Outro motivo é que a fatia dos estrangeiros esteve nos últimos meses muito próxima do limite vigente até agora. "Em maio, essa participação chegou a 19,97 por cento", disse o executivo do BB.
O aumento do limite de estrangeiros também deve ampliar a liquidez das ações, com potencial de reduzir a diferença entre os múltiplos do BB e bancos privados de capital aberto, segundo Monteiro.
Em setembro, segundo dados da Bovespa, o giro médio diário negociado de ações do BB foi de quase 180 milhões de reais. Isso se compara ao valor de 327 milhões de reais para as preferenciais do Itaú e de 215 milhões de reais para as do Bradesco.
O ajuste no limite para estrangeiros no capital do BB já ocorreu duas vezes no passado. A primeira vez foi em 2006, quando o governo elevou de 5,6 para 12,5 por cento. A segunda vez foi em 2009, quando o limite passou de 12,5 para 20 por cento.
Os outros quase 70 por cento das ações do BB são detidas por governo, Tesouro e Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco.
Em junho, dado mais recente disponível, o Banco do Brasil contava com participação estrangeira em seu capital de 19,4%, segundo informações do relatório que acompanha as informações financeiras da instituição do segundo trimestre. O porcentual é 1,9 ponto porcentual superior a de um ano atrás, de 17,5%. A fatia representa mais de 64% do free float (ações em circulação em mercado) do BB, de 30,2%, em junho.
Atualmente, a composição do capital social do BB é a seguinte: Secretaria do Tesouro Nacional, com 50,73% das ações; Caixa FI Garantia Construção Naval com 3,69%; Fundo Fiscal de Inv. e Estabilização, 3,86%; Fundo Garantidor Para Investimentos, 0,26%; Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, 10,38%; BB Fgeduc - Fundo de Investimento Multimercado, 0,22% e BB FGO - Fundo de Investimento em Ações, 0,33%; além de 29,82% das ações como outros (livre circulação no mercado) e em Tesouraria, 0,7%, conforme dados disponíveis na BM&FBovespa referentes a outubro.
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