O Itaú Unibanco reportou lucro líquido de R$ 6,169 bilhões no segundo trimestre, resultado 10,65% superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado de R$ 5,575 bilhões.
O Itaú Unibanco (ITUB4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 6,17 bilhões no segundo trimestre deste ano, superando as expectativas compiladas pela Bloomberg, que apontavam lucro de R$ 5,99 bilhões. O resultado ficou 10,6% acima dos R$ 5,58 bilhões registrados um ano antes.
No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o banco registrou lucro líquido de R$ 12,1 bilhões, uma alta de 12,7% em um ano. Enquanto isso, o lucro contábil, que considera eventos extraordinários, como amortização de ágio de compras de outras instituições, ficou em R$ 6,014 bilhões, 9% maior que em 2016.
As transações bancárias feitas pelos canais digitais, como internet e celular, representaram 77% do total realizado no Itaú Unibanco no segundo trimestre, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano passado, afirmou Candido Bracher, presidente-executivo do Itaú Unibanco.
“Queremos estar à frente do processo de transformação digital”, afirmou Bracher, em teleconferência com analistas para comentar o balanço do segundo trimestre do banco. O processo de mudança para os canais digitais está entre os seis principais desafios traçados pelo Itaú.
Na apresentação de seus resultados trimestrais, o banco destacou a melhora no índice de inadimplência de pessoas físicas. O indicador passou de 5,3% para 5,2%, na quinta queda consecutiva. Além disso, houve queda também na inadimplência de micro, pequenas e médias empresas, de 5,6% para 5,1%. Já entre as grandes companhias, o recuo foi de 1,6% para 1,2%.
"A inadimplência vem se reduzindo nos últimos trimestres. A combinação entre uma maior demanda e a redução na percepção do risco são condições para gerar um cenário mais favorável à retomada do crescimento de crédito", disse em nota Marcelo Kopel, diretor de Relações com Investidores do Itaú Unibanco.
Soluções digitais
Ele também salientou a busca do banco por avanços em soluções digitais. Ao final de junho de 2017, o Itaú Unibanco contava com 154 agências digitais, sendo que 19 dessas agências foram abertas no primeiro semestre deste ano.
“É fundamental estarmos atentos ao que faz diferença no atendimento e relação com nossos clientes. A nossa visão sobre como deve ser um banco digital tem a ver com atender os anseios dos clientes. São eles que decidem como querem ser atendidos, de que forma e em qual momento”, disse Kopel.
Crédito
Durante teleconferência para comentar o resultado do banco entre abril e junho, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que o cenário de grande instabilidade afetou a confiança e o processo de retomada do crédito no país.
Sem considerar o efeito positivo da variação cambial, a carteira de crédito expandida do maior banco privado brasileiro apresentou queda de 1% no trimestre e de 4,2% em 12 meses.
Além do crédito, as receitas de serviços do banco foram afetadas pela instabilidade, segundo Bracher. No semestre, o faturamento com serviços aumentou 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 9,5 bilhões.
O Itaú registrou uma pequena contração em receitas no primeiro semestre, mas essa redução foi mais que compensada pela queda do custo do crédito, segundo o executivo. “Mas o credito está se recuperando, mostrando retorno em linha com nosso custo”, disse.
“Nosso ROE mostra estabilidade da nossa performance mesmo em um ambiente difícil”, disse. O banco atingiu uma rentabilidade consolidada de 21,5% no segundo trimestre, acima dos 20,6% do mesmo período de 2016.
Ainda segundo Bracher, o banco deve registrar uma margem com o mercado, que inclui o resultado da tesouraria, em torno de R$ 6 bilhões neste ano.
O fator determinante para o crescimento do lucro do Itaú no trimestre foi a redução dos gastos com possíveis calotes. Essa despesa chegou a R$ 4,948 bilhões, uma queda de 21,9% na comparação com o período entre abril e junho do ano passado. De fato, a instituição vem conseguindo reduzir a sua inadimplência (atrasos acima de 90 dias). Em junho, o índice equivalia a 3,2% da carteira de crédito total, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre relativamente anterior. Na comparação com o registrado ao final do segundo trimestre do ano passado, a queda é ainda maior: 0,4 ponto percentual.
Quando se olha apenas a operação no Brasil - o Itaú Unibanco tem uma atuação relevante na Argentina, Chile, Colômbia e Peru -, a inadimplência é um pouco maior, mas também em queda. Os atrasos eram 3,9% do total da carteira de empréstimos no país, ante 4,2% em março e 4,5% em junho do ano passado.
O Itaú consegue melhorar o seu resultado sem depender do desempenho da carteira de crédito, que está em queda. O total das operações (com avais, fianças, e títulos privados) somavam R$ 587,3 bilhões em junho, praticamente estável na comparação com março (alta de apenas 0,1%) e uma queda de 3,5% no comparativo de 12 meses.
Entre as modalidades disponíveis para as pessoas físicas, os maiores recuos ocorreram no segmento de financiamento de veículos, que recuaram 15,6%, e crédito pessoal, com tombo de 9,9%. Com desempenho positivo no comparativo anual, apenas a carteira de cartões de crédito, com crescimento de 3,5%. Para as empresas, as linhas mais afetadas são aquelas destinadas às grandes empresas, que recuaram 7,1% em 12 meses.
Apesar da queda no total do crédito, o Itaú manteve as suas projeções para a carteira de crédito inalterada. A expectativa é de uma expansão entre zero e 4%, incluindo aí as concessões de empréstimo que são feitas no exterior. Ao considerar só o Brasil, o total de empréstimos pode variar entre um recuo de 2% e uma alta de 2%.
Entre as principais receitas, a de prestação de serviços (que inclui as tarifas bancárias cobradas dos clientes e taxas de administração) totalizou R$ 8,037 bilhões, uma alta de 2,8% na comparação com o segundo trimestre de 2016. Para essa arrecadação, o Itaú também manteve a projeção. A expectativa é de um crescimento entre 0,5% e 4,5%. Ao considerar apenas Brasil, a expectativa é entre estabilidade e uma alta de 4%.
Na semana passada, o Bradesco anunciou que registrou um lucro líquido contábil de R$ 3,911 bilhões, uma queda de 5,4%. Sem considerar os efeitos extraordinários, o resultado ajustado ficou em R$ 4,704 bilhões, alta de 13%. Já o Santander teve um lucro societário de R$ 1,87 bilhão no período, avanço de 39,5%. O resultado gerencial (que inclui ágio de operações passadas) foi de R$ 2,3 bilhões, crescimento de 29,3%.
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