O Santander Brasil anunciou lucro líquido gerencial de R$ 2,335 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra 29,29% maior que a registrada em idêntico intervalo do ano passado, de R$ 1,806 bilhão. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando a cifra foi de R$ 2,280 bilhões, cresceu 2,4%.
O espanhol Banco Santander anunciou nesta sexta-feira alta de 37 por cento no lucro líquido do segundo trimestre ante mesmo período de 2016, impulsionado pelo Brasil, seu principal mercado, mas a compra do Banco Popular afetou o capital.
O maior banco da zona do euro em valor de mercado, que consolidou o Banco Popular no balanço pela primeira vez desde que adquiriu a problemática instituição em 7 de junho, teve lucro líquido de 1,75 bilhão de euros entre abril e junho.
A margem líquida de juros - medida do lucro com empréstimos menos os custos de depósito - atingiu 8,6 bilhões de euros no segundo trimestre, alta de 13,6 por cento ante igual intervalo do ano anterior, tendo pequeno impulso do Banco Popular.
Mas o Santander também informou que capital nível 1 caiu para 9,58 por cento ao fim de junho, de 10,66 por cento nos três meses anteriores, como resultado da aquisição do Banco Popular.
O Brasil representou 26% do lucro líquido do Santander Espanha na primeira metade deste ano. O país gerou para o grupo um ganho de 1,244 bilhão de euros, 32% superior ao obtido no mesmo período de 2016.
Com participação de 17% e um ganho de 824 milhões de euros, o Reino Unido deu a segunda maior contribuição para o lucro do Santander.
Neste ano, o Brasil voltou a consolidar sua liderança nos resultados do banco espanhol — posto que havia perdido em 2016 para a operação britânica por conta da crise econômica, que enfraqueceu o volume de negócios no país.
O Santander como um todo lucrou 3,616 bilhões de euros entre janeiro e junho, o que representa alta de 24,2% em relação à primeira metade do ano passado. No segundo trimestre, o lucro foi de 1,749 bilhão de euros.
“O Grupo Santander desenvolveu sua atividade em um entorno econômico que continuou a se fortalecer, com perspectivas de que o crescimento mundial retorne a níveis em linha com a média histórica no longo prazo. As economias avançadas mostram dinamismo, enquanto dentro das emergentes se notam sinais de recuperação na América Latina, especialmente em Brasil e na Argentina, enquanto o México cresce mais que o esperado”, afirmou o banco em seu informe de resultados.
Sobre a operação brasileira, o Santander aponta crescimento da margem de juros, apoiado em volumes, spreads e no plano do passivo. “Boa dinâmica geral de comissões. Provisões sob controle e menor custo de crédito que nos três trimestres anteriores. Índice de inadimplência reduz em 12 meses e permanece inferior ao dos bancos privados”, diz o documento.
As despesas gerais do Santander Brasil totalizaram R$ 4,550 bilhões no segundo trimestre, queda de 1,7% em relação ao primeiro, quando esses gastos somaram R$ 4,629 bilhões. No primeiro semestre, foram a R$ 9,179 bilhões, alta de 6,1% em um ano, de R$ 8,652 bilhões.
Os gastos com pessoal alcançaram R$ 2,205 bilhões de abril a junho, aumento de 0,2% na comparação com os três meses anteriores. Já as despesas administrativas foram a R$ 2,344 bilhões, queda de 3,5%, na mesma base de comparação.
Com isso, o índice de eficiência do Santander alcançou o menor patamar dos últimos 5 anos, atingindo 44,2% no primeiro semestre de 2017, com queda de 4,9 pontos porcentuais em doze meses. Em três meses, esse indicador atingiu 43,4%, com redução de 1,5 ponto porcentual.
O Santander credita o desempenho ao esforço do banco em crescer de forma mais eficiente, focado no aumento recorrente das receitas, influenciadas pela estratégia comercial, e na disciplina contínua na gestão de despesas.
Receitas
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 3,792 bilhões no segundo trimestre, aumento de 2,2% em relação ao primeiro. De janeiro a junho, alcançaram R$ 7,501 bilhões, elevação de 21,0% ante idêntico intervalo do ano passado.
Contribuíram para o resultado, conforme explica o Santander em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, maiores receitas de cartões de crédito, serviços de conta corrente e comissões de seguros.
O índice de inadimplência do banco, considerando atrasos acima de 90 dias, permaneceu estável no segundo trimestre, em 2,9% em relação ao primeiro. Em um ano, o indicador teve melhora de 0,3 ponto porcentual.
O Santander Brasil destaca que a inadimplência foi influenciada pela melhora do indicador de indivíduos que compensou o aumento dos calotes do segmento de empresas.
A inadimplência da pessoa física foi a 3,9% em junho, queda de 0,1 ponto porcentual ante março. Em um ano, houve redução de 0,5%. Já o indicador da pessoa jurídica foi a 2,0% ao final do segundo trimestre contra 1,9% no primeiro e 2,2% em 12 meses.
O índice de inadimplência de curto prazo, que compreende atrasos de 15 a 90 dias, atingiu 4,8% ao final de junho, redução de 0,7 p.p. em um ano e de 0,7 p.p. em três meses. Na pessoa física, o indicador teve queda de 0,6 p.p. em doze meses e redução de 0,6 p.p. em três meses, alcançando 6,3%. No segmento de pessoa jurídica, o índice apresentou redução de 0,8 p.p. em doze meses e queda de 0,9 p.p. em três meses, atingindo 3,4%.
A carteira de crédito ampliada do Santander totalizou R$ 324,944 bilhões ao final de junho, cifra 0,1% menor que a registrada em março, de R$ 325,426 bilhões. Em um ano, quando o saldo era de R$ 308,377 bilhões, aumentou 5,4%.
O Santander Brasil detinha R$ 653,050 bilhões em ativos totais no segundo trimestre deste ano, montante 0,3% menor que o registrado 12 meses antes, de R$ 655,194 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, de R$ 713,517 bilhões, a queda foi ainda maior, de 8,5%.
O patrimônio líquido final do Santander alcançou R$ 59,608 bilhões de abril a junho, aumento de 5,0% em um ano e de 1,0%% em relação ao trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE), ajustado pelo ágio, do banco ficou em 15,8% no segundo trimestre, praticamente estável, com queda de 0,1 ponto porcentual ante o primeiro, de 15,9%. No semestre, a rentabilidade do banco ficou em 15,9%, 3,1 p.p. maior que a vista em um ano, de 12,8%.
De acordo com o Santander Brasil, a rentabilidade foi suportada, principalmente, pela maior geração de receitas no varejo, como resultado da expansão dos negócios, gestão preventiva de riscos e melhora da eficiência que refletiu o aumento da produtividade.
Provisões
As despesas com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, somaram R$ 2,907 bilhões no segundo trimestre, redução de 4,75% em relação aos três meses anteriores, de R$ 3,052 bilhões. Em um ano, quando esses gastos totalizaram R$ 3,312 bilhões, foi vista redução de 12,23%. No semestre, foram a R$ 5,959 bilhões, queda de 6,0% em 12 meses.
O saldo de provisões do Santander Brasil foi a R$ 17,229 bilhões ao final de junho, aumento de 0,9% ante março, de R$ 17,084 bilhões. Ante um ano, quando estava em R$ 16,546 bilhões, aumentou 4,1%.
Margem financeira
A margem financeira bruta do Santander foi a R$ 9,098 bilhões de abril a junho, aumento de 2,6% ante os três meses exatamente anteriores. Na primeira metade do ano, o montante chegou a R$ 17,966 bilhões, elevação de 16,6% em um ano, quando estava em R$ 15,405 bilhões.
Contribuiu para o desempenho no semestre, de acordo com o banco, maiores receitas de crédito, captações de clientes e atividades com o mercado. “As captações registraram crescimento expressivo, como resultado do plano de passivos que iniciamos em 2016”, acrescenta o Santander no relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
A margem financeira líquida ficou em R$ 6,738 bilhões no segundo trimestre, elevação de 2,0% ante o primeiro. No semestre, foi a R$ 13,342 bilhões, incremento de 27,5% em 12 meses.
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