A rede de universidades Estácio Participações elevou seus preços e conseguiu lucrar R$ 166 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o prejuízo registrado no ano passado.
Em sua busca para melhorar a rentabilidade, o valor médio pago pelos alunos de cursos presenciais saltou 11,7% no segundo trimestre, totalizando R$ 751,5. Para ensino a distância (EAD), o preço médio pago por aluno disparou 27,8% na comparação anual.
Os negócios da Estácio seguem em uma toada “muito forte”, mesmo após a fusão com a Kroton ter vetada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), afirma o presidente da empresa, Pedro Thompson. “Prova disso é que registramos evolução em todos os indicadores financeiros no segundo trimestre, com destaque para a receita líquida, geração de caixa e margem Ebitda”, observou o executivo.
A receita operacional líquida da Estácio cresceu 9,3% no comparativo entre mesmos trimestres, somando R$ 913,4 milhões. Parte do avanço é atribuída ao aumento de 18,3% na receita de mensalidades, e queda de R$ 3,5 milhões na receita do Pronatec, devido à formatura dos últimos alunos cursando o segmento, entre outros fatores.
No período, o custo caixa dos serviços prestados representou 48,1% da receita operacional líquida, apresentando um ganho de margem de 8,7 pontos porcentuais, em comparação aos 56,8% registrados no segundo trimestre do ano passado, basicamente em função da linha de pessoal.
No início desse ano, foram implementadas algumas ações como a universalização de 20% de disciplinas online no currículo presencial e o aumento na quantidade de alunos por turma EAD, os quais fazem parte do processo de reestruturação da gestão do custo docente da Estácio. Além da redução do custo de pessoal, a linha de material didático também colaborou para a melhora do resultado. Entre abril e junho a Estácio intensificou a produção própria de livros.
“Temos hoje um nível de governança altíssimo e todos esses fatores têm contribuído constantemente para a evolução dos resultados financeiros”, afirmou Thompson.Os reajustes das mensalidades dos cursos da Estácio ficaram acima da inflação no período. Nos últimos 13 meses até junho, o índice oficial de inflação variou 3%.
Com preços maiores, a receita operacional líquida da Estácio saltou 9,3% no período, para R$ 913,4 milhões.
A empresa encerrou o primeiro semestre do ano com 540 mil alunos, um valor praticamente estável (alta de 0,9%) sobre um ano antes. O número de alunos presenciais caiu 3%, mas a base de educação a distância subiu 10%.
"Esse desempenho é consequência dos esforços que vêm sendo conduzidos pela companhia para aumentar a eficiência operacional e melhorar a gestão de seus custos e despesas", disse a Estácio no balanço.
Esse é o primeiro balanço financeiro que a Estácio divulga após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica vetar a fusão da companhia com a Kroton, líder do setor.
Na mensagem da administração, divulgada junto com o balanço da empresa, a companhia não fez nenhum comentário sobre a questão.
Fies
O total de alunos da Estácio enquadrados no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) despencou 15,6% no trimestre sobre um ano antes, para 106,1 mil.
No começo de julho, o governo federal anunciou um novo formato para o Fies a partir de 2018, criando três modalidades de financiamento estudantil e garantindo a oferta de pelo menos 300 mil novos contratos por ano.
A Estácio prevê a abertura de 161 novos polos de ensino a distância (EAD) até o final deste ano, conforme informou o presidente da companhia, Pedro Thompson. Em teleconferência com analistas e investidores, ele afirmou que estes polos estarão aptos para captarem novos alunos em 2018.
O executivo mencionou a expansão do ensino a distância como uma das estratégias de crescimento da Estácio no longo prazo. Citando a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de vetar a fusão da Estácio com a Kroton, ele afirmou que a companhia – que até antes da decisão planejava a integração com a Kroton – agora está traçando um plano estratégico para os próximos anos.
Além da abertura de novos polos, a Estácio afirmou que tem mais de 10 novos campi de ensino presencial já aprovados pelo Ministério da Educação. A companhia ainda espera poder prospectar novos ativos para fusões e aquisições, mas Thompson considerou que seria prematuro dar mais informações sobre que tipo de ativos seriam do interesse da Estácio para uma aquisição.
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