O Banco do Brasil (BB) obteve lucro líquido ajustado de R$ 2,515 bilhões no primeiro trimestre, o que representa aumento de 95,6% na comparação com o mesmo período de 2016. O lucro contábil avançou 3,6%, para R$ 2,443 bilhões.
No primeiro trimestre, a carteira de crédito ampliada do BB encolheu 11,4%, totalizando R$ 688,7 bilhões. A comparação é em relação ao mesmo período de 2016.
A inadimplência para dívidas vencidas acima de 90 dias ficou em 3,89% em março, ante 3,29% em dezembro. Segundo o banco, excluído o efeito de um atraso nos pagamentos de uma empresa do setor de telecomunicações que está em recuperação judicial, o índice melhoraria para 3,47%.
O banco não revelou o nome da companhia, mas a Oi protagonizou no ano passado o maior pedido de recuperação judicial da história.
O Lucro Líquido Ajustado do Banco do Brasil atingiu R$ 2,515 bilhões no primeiro trimestre deste ano, volume que representa crescimento de 95,6% sobre igual período do ano passado. Em 12 meses, o lucro líquido por ação foi de R$ 0,86, ficando 43,9% acima do registrado no quarto trimestre de 2016. A remuneração aos acionistas alcançou R$ 710,3 milhões. Já o lucro líquido contábil aumentou 3,6% sobre o primeiro trimestre do ano passado com R$ 2,443 bilhões.
Dentre os eventos não recorrentes no primeiro trimestre ante um ano, o BB cita, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, reservas para eventuais demandas cíveis com planos econômicos, provisão extraordinária com demandas contingentes.
A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil, que considera títulos privados e garantias, encerrou março com saldo de R$ 688,689 bilhões, diminuição de 2,7% na comparação com dezembro, quando estava em R$ 708,059 bilhões. Já em relação ao mesmo período de 2016, de R$ 777,454 bilhões, foi vista retração de 11,4%. A carteira classificada somou R$ 638,336 bilhões ao final de março, queda de 2,3% sobre dezembro e de 9,3% em 12 meses.
As operações voltadas a pessoas físicas encolheram 1,4% de janeiro a março ante os três meses anteriores e 1,3% em um ano, para R$ 184,752 bilhões. Já a carteira de pessoa jurídica fechou o primeiro trimestre com saldo de R$ 238,827 bilhões, recuos de 4,2% e 16,7%, nesta ordem.
Ao final de março, o BB contava com R$ 1,402 trilhão em ativos totais, praticamente estável em um ano, com queda de 0,2%. Em relação a dezembro, quando somava R$ 1,401 trilhão, foi vista elevação de 0,1%.
O patrimônio líquido do BB foi a R$ 89,820 bilhões no primeiro trimestre, alta de 6,7% em 12 meses e de 3,0% em relação ao trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido médio ajustado (RSPL) ficou em 10,4% ao final de março contra 5,6% e 7,2%, respectivamente.
A margem financeira bruta apresentou elevação de 1,4% na comparação com igual trimestre de 2016 e somou R$ 14,5 bilhões.
A captação proveniente de tarifas cresceu 12,3% nos últimos 12 meses ao atingir R$ 6,117 bilhões com destaque para a evolução das rendas de tarifas de administração de fundos (29,3%) e de contas correntes (11,3%).
Também houve queda de 10,3% no momento provisionado pelo banco para as liquidações duvidosas de devedores em relação ao trimestre passado e um recuo de 26,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2016, totalizando R$ 6,713 bilhões.
Quanto às despesas administrativas, o banco informou que elas recuaram 9,8% após um rígido controle de gastos e da reorganização institucional, medida que vem sendo desenvolvida desde novembro do ano passado. Só com as despesas com pessoal, o montante de gastos diminuiu 10,2%.
Empréstimo rural
O volume de crédito dirigido ao setor rural aumentou 5,7% em 12 meses, totalizando R$ 152,2 bilhões. No mesmo período, as operações de custeio cresceram 8,9%. A participação do Banco do Brasil neste segmento manteve-se na liderança com 58,4% do volume movimentado no mercado.
Em relação ao crédito concedido a pessoas físicas, o saldo é de R$ 172,1 bilhões com alta de 1,8% sobre igual trimestre do ano passado. No segmento de financiamento de imóveis, a carteira cresceu 6,6% em 12 meses com saldo de R$ 53,7 bilhões.
Inadimplência
O índice de inadimplência do banco teve alta de 0,19 ponto percentual, ficando em 3,89% em março, ante 3,7% em dezembro de 2016. O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, ressaltou, no entanto, que o processo de recuperação judicial de uma grande empresa devedora influenciou significativamente o volume de dívidas não pagas. No sistema financeiro nacional, o nível de débitos com mais de 90 dias de atraso é de 3,8%.
Para Caffarelli, o percentual de inadimplência deve indicar uma queda no próximo balanço. “Nós devemos entrar em um processo de estabilidade da carteira, isso passa a acontecer já no segundo trimestre, mas passa a realçar no segundo semestre”, ressaltou.
Segundo ele, é preciso levar em consideração a profundidade da crise econômica. “Essa crise é muito diferente das crises que tivemos no passado. Essa retomada não vai acontecer na velocidade que aconteceu em 2010, vai acontecer de uma forma mais adequada a um processo sustentável”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários...