O número de empresas inadimplentes chegou a 3,57 milhões em julho e bateu recorde, segundo a Serasa Experian. No mesmo período de 2013, houve registro de 3,28 milhões e em 2012, quando o estudo teve início, eram 2,99 milhões de empresas.
O número é recorde desde que o registro começou em 2012, quando 2,99 milhões de empresas estavam nessa situação. 91% das empresas inadimplentes são pequenas ou médias, o que não surpreende já que 99% do total está neste segmento.
O comércio responde por 47,2% do total das empresas inadimplentes, seguido por serviços (42,6%) e indústria (9,1%).
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o número está relacionado com o quadro recessivo no país, que prejudica vendas e afeta o fluxo de caixa.
Estas empresas também são afetadas por um aumento dos custos financeiros e de mão de obra, já que elas concentram a maior parte dos empregos e dependem do crédito bancário para financiar sua atividade.
Com queda nas vendas e aumento de custos com fornecedores, mais de 3,5 milhões de empresas estavam em julho com algum tipo de dívida em atraso no País, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. Esse é o maior volume de inadimplentes registrado no setor produtivo. O número equivale à metade das 7 milhões de empresas “operacionais” – termo que diz respeito à companha que pesquisou a situação cadastral de um cliente ou teve o seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) consultado no ano passado.
As empresas estão inadimplentes pelos mais diversos motivos, como débito em atraso no banco, por terem dado cheques sem fundo, tiveram títulos protestados, enfrentam ações judiciais porque não pagaram fornecedores ou funcionários, tiveram luz e telefone cortados ou entraram em recuperação judicial.
Do total de companhias endividadas, 91% são de pequeno e médio portes – com faturamento de até R$ 50 milhões por ano. Essas empresas são consideradas as mais vulneráveis às flutuações das vendas e do crescimento da economia do País. Um terço dessas empresas está no Estado de São Paulo. Já os setores mais afetados são o comércio (47%), serviços (42,6%) e indústria (9,1%).
O Sudeste é a região que concentra a maioria das empresas inadimplentes do País: 51%. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 18%, seguido do Sul (17%), Centro-oeste (8%) e Norte (6%).
Segundo os economistas da Serasa Experian, o quadro recessivo que se instalou na economia brasileira neste ano vem afetando negativamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa das empresas. Além disto, a crescente elevação dos custos financeiros (taxas de juros mais altas) e de mão-de-obra (salários crescendo acima da produtividade), impõe maiores dificuldades financeiras, especialmente para as micro e pequenas empresas. "Essas empresas concentram a maioria dos empregos e são dependentes, quase que única e exclusivamente, do crédito bancário como fonte de financiamento para tocar o negócio", diz o estudo.
A Serasa Experian também deu início nesta segunda-feira, 15, ao Feirão Limpa Nome Online Empresas, que vai até sexta-feira e possibilita aos empresários a renegociação das dívidas de pessoa jurídica. Pesquisas indicam que a maioria das companhias devedoras deseja recuperar o crédito, mas um dos principais obstáculos para isso é justamente o contato com a empresa credora. O site foi desenvolvido em ambiente protegido, que garante a segurança de todos os dados. Entre as empresas que estão dispostas a negociar com os devedores estão companhias como AES Eletropaulo, Bradesco, Itaú, BRFoods, Grupo Eletrobrás, TIM, entre outros.
Comum para pessoas físicas, a Serasa Experian inova com um Feirão Limpa Nome On-line para empresas. A partir desta segunda até a meia-noite da próxima sexta-feira, dia 19, empresários poderão discutir pendências financeiras com cerca de 25 companhias, entre atacadistas, distribuidoras de energia, empresas de telecomunicações, cartões de crédito, bancos e demais instituições financeiras.
Tudo é feito via internet. Os interessados em tentar um acordo com o credor devem, antes, fazer um cadastro no site www.limpanomeempresas.com.br. Os dados serão validados com um certificado digital ou com o código da carta-comunicado recebida pelo devedor anteriormente.
Com isso, o empresário, que receberá uma senha, acessa a página onde estão relacionadas as participantes do Limpa Nome. Aquelas dispostas a negociação poderão ser consultadas no menu lateral da mesma página. Ao escolher e clicar no nome da companhia serão apresentadas as pendências que a empresa inadimplente possui e os canais de atendimento disponíveis (telefones, e-mail, chat) para renegociar.
A partir daí, a negociação passa a ser feita diretamente com o credor, que poderá conceder descontos ou condições de pagamento diferenciadas — em alguns casos, é possível até mesmo que o boleto já esteja disponível, a partir de uma proposta inicial feita pelo próprio credor.
O responsável pela empresa deve se preparar antes de negociar, colocando na ponta do lápis todas as despesas fixas de seu negócio e as dívidas já assumidas ou previstas. Assim, é possível saber o valor disponível para pagar o novo débito que será negociado, escolhendo as condições e formas de pagamento que melhor se encaixam no seu orçamento.
“O objetivo é reinserir essas companhias no mercado de crédito. Entendemos que este é o momento de incentivar a aproximação de quem está devendo e quer pagar e de quem está com débitos em aberto e quer receber”, afirma Luiz Carlos Rossi, presidente da Serasa Experian.
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