Para alcançar níveis internacionais de competitividade, a produtividade
da indústria brasileira precisa crescer a uma taxa anual de 4,5% até
2022, estima a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de
Andrade, afirmou nesta terça-feira, 21, que o sistema tributário do País
gera viés antiexportador e prejudica investimentos. "O mais grave é que
o País conhece os problemas e não consegue superá-los, como mostra a
recente discussão sobre reforma do ICMS", disse Andrade, durante o
lançamento, em Brasília, do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, da
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O documento, segundo a
CNI, aponta problemas que inibem o desenvolvimento do Brasil e define
ações necessárias para o Brasil crescer mais e melhor. O objetivo da CNI
é que o País tenha indústria mais forte e internacionalmente
competitiva.
O estudo da CNI apresenta dez pontos para se elevar a produtividade e a
competitividade no Brasil. Entre eles está o aumento dos investimentos
em educação, melhoria da gestão dos gastos públicos, dobrar os
investimentos em infraestrutura, além de simplificação e mais
transparência na estrutura tributária.
Dentre as previsões, está a de que o Brasil deverá ampliar a taxa de
investimento global de 18% para 24%. Um salto que seria capaz de alinhar
o país com o praticado hoje no restante do mundo. Em 2012, a taxa média
global ficou em 23,6%.
Tal avanço dependerá principalmente da iniciativa privada. Dos 18%
investidos hoje no país, 14% vêm do setor privado e apenas 4% do
governo, segundo a CNI.
O Estado, contudo, também precisará atuar. A previsão é que o governo
federal eleve a participação do investimento em sua despesa primária
total dos atuais 5,8% para 8%.
Deficiências na educação limitam a "capacidade de inovar e a
produtividade, com impactos significativos sobre a competitividade das
empresas". A boa formação de profissionais ajuda na utilização dos
equipamentos, desenvolvimento e implementação de inovações.
O estudo
traça como meta melhorar a qualidade da educação no País, passando da
54ª posição no ranking do Programa de Avaliação Internacional de
Estudantes (Pisa) de 2009 para 43ª posição em 2021.
Para a CNI, a ineficiência do Estado extrai recursos das empresas além
do necessário, reduz a eficiência e provê, em quantidade e qualidade
inadequadas, bens públicos com "externalidades positivas, como educação,
infraestrutura e segurança pública". "Faz-se necessário melhorar a
capacidade de o Estado planejar e executar suas políticas e
investimentos."
A CNI propões que a participação do investimento na
despesa primária total do governo federal passe de 5,8% em 2012 para 8%
em 2022, média dos países da OCDE nos últimos cinco anos.
A CNI ressalta que um sistema tributário oneroso e complexo reduz a
competitividade e desestimula investimentos e lembra que o Brasil tem
uma das maiores cargas tributárias entre países em estágio de
desenvolvimento similar. "Além de incidir fortemente sobre a produção de
bens e serviços, a estrutura tributária é complexa, resultando, muitas
vezes, em cumulatividade de tributos", cita o trabalho.
Para a CNI, o
desafio é obter equilíbrio entre a necessidade de arrecadação do Estado e
a manutenção de um bom ambiente de negócios, evitando custos excessivos
sobre o setor empresarial.
A confederação aposta que, em 2022, a
estrutura tributária brasileira será mais simples e transparente, sem
cumulatividade dos tributos, meta lançada no documento divulgado nesta
terça-feira, 21.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
comentários...