A varejista Magazine Luiza registrou lucro líquido de R$ 58,5 milhões no primeiro trimestre de 2017, ante ganho de R$ 5,2 milhões apurado em igual intervalo do ano passado.
Nos primeiros três meses do ano, a companhia apresentou números positivos em todo o seu balanço. O lucro da varejista cresceu 1.014%, chegando a 59 milhões de reais. O faturamento foi 23% superior ao do primeiro trimestre do ano passado, atingindo 3,35 bilhões de reais. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi 61% maior do que o do mesmo período em 2016, acumulando 232 milhões de reais.
Segundo a companhia, a contribuição positiva do comércio eletrônico nas vendas totais, a diluição das despesas operacionais e a melhora na equivalência patrimonial impulsionaram o resultado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também teve forte crescimento, de 60,9%, para R$ 231,9 milhões. A margem cresceu 1,9 ponto percentual, para 8,3%.
A receita da companhia avançou 24%, para R$ 2,8 bilhões, com destaque para as vendas no e-commerce, que cresceram 56,2%. As vendas “mesmas lojas” (unidades existentes há mais de um ano) subiram 21,6%, na comparação com igual período anterior.
A participação do Cartão Luiza nas vendas totais aumentou em 2 pontos percentuais, para 20% no trimestre, contribuindo para a estratégia de ampliar a fidelização dos clientes. As provisões para perdas em crédito de liquidação duvidosa totalizaram R$ 5,6 milhões.
O Magazine Luiza, que tem como missão se tornar uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano, mantém o foco nas vendas online, que foram o grande destaque do trimestre. A companhia atingiu um faturamento 56,2% maior na internet, que passou a representar 28% do faturamento total - um patamar recorde.
A estratégia de marketplace foi fundamental para esse crescimento, ao aumentar de 30 mil para cerca de 220 mil a oferta de itens. A redução do tempo de entrega – 12% inferior à média do mercado --, a diminuição de rupturas e inovações logísticas e tecnológicas são os principais motivos para o avanço do online.
A receita líquida no período de janeiro a março somou 2,81 bilhões de reais, alta de 24 por cento sobre um ano antes. O resultado operacional da empresa medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 60,9 por cento ano a ano, para 231,9 milhões de reais.
No relatório, o Magazine Luiza disse que os resultados do período refletiram também o ganho de participação de mercado, com pequenas e médias empresas fechando lojas ou com dificuldade de abastecimento e crédito para financiar clientes, favorecendo uma consolidação no setor, onde empresas melhor preparadas ganharam participação de mercado.
A companhia fechou março com dívida líquida de 443,7 milhões de reais, queda de 48 por cento ante o mesmo período do ano passado, e equivalente a 0,5 vez o Ebitda ajustado. Essa relação era de 1,6 vez o Ebitda um ano antes.
No mundo físico, o Magazine Luiza também avançou. As vendas das lojas abertas há mais de um ano cresceram 12%, contra o cenário de estabilidade do início de 2016. Nos três últimos meses, a empresa abriu quatro novas lojas físicas, somando 804, sendo 683 convencionais, 120 virtuais e o site.
O aumento nas vendas resultou em mais um trimestre de ganho de participação no mercado. É o quinto trimestre consecutivo que o Magazine Luiza conquista market-share.
A Mondelez é um dos novos vendedores do marketplace da companhia, onde vende de ovos Lacta a caixas de Bis Oreo. Os chocolates são alguns dos novos produtos que estão a venda no site da empresa, em operações controladas por parceiros.
No mês de abril, a companhia ultrapassou a marca de 100 parceiros em seu marketplace, como Spicy, Avon, ClimaRio, Havan, Connectparts, Onofre, MadeiraMadeira, Drograria SP, Drogaria Pacheco, entre outros.
Com esses novos parceiros, a empresa tem mais de 220 mil itens diferentes em seu shopping virtual.
Cosméticos, alimentos e até produtos para carros divergem bastante do catálogo tradicional da empresa, mas esses produtos fazem parte da sua estratégia para reforçar o marketplace e as vendas online.
Praticamente todos os produtos vendidos por terceiros são complementares aos oferecidos pelo Magazine Luiza: 98% dos itens do marketplace não concorrem com a companhia. Por enquanto, a estratégia é apenas ampliar o leque de produtos oferecidos a clientes e não sair das categorias que vende.
A velocidade de integrar esses novos parceiros veio depois da aquisição da startup Integra, especializada na gestão lojistas e marketplaces e cujo sistema é usado por mais de 200 empresas.
No virtual, crescimento real
O comércio eletrônico foi o grande destaque da varejista e já representa 28% das vendas totais. O faturamento desse segmento cresceu 56,2% em relação ao ano passado.
Já faz alguns trimestres que a varejista declarou ser uma “empresa digital com pontos físicos”. As mais de 800 lojas físicas atuam como centros de distribuição e podem funcionar como ponto de coleta para as vendas on-line, sem que o consumidor precise pagar frete, serviço chamado Retira Loja.
Agora, a meta da empresa é entregar os produtos nas lojas até 48 horas depois da compra nesta modalidade.
Além da redução de prazo de entrega, a integração entre canais também ajudou a diminuir o tempo de estoque para 66 dias, de 73 dias no início do ano passado.
A companhia vem investindo em vendas pelo smartphone e seu aplicativo já tem mais de 5,4 milhões de downloads.
Preços racionais
Além da estratégia multicanal, de integrar lojas físicas e online, o crescimento do comércio eletrônico também se deve a preços mais racionais no mercado, afirmou Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza.
“Os players perdiam muito dinheiro e queimavam caixa com suas operações on-line. Num momento bom da economia já era difícil sustentar, mas com a crise, liquidez baixa e juros altos, a situação se tornou insuportável”, disse.
Ele afirma que os competidores estão praticando preços mais racionais e, com isso, a Magazine Luiza se beneficia e aumenta sua taxa de conversão.
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