A B3, companhia resultante da fusão da BM&FBovespa com a Cetip, registrou no primeiro trimestre de 2017 um lucro líquido contábil de R$ 280,7 milhões, queda de 17,3% na comparação anual.
A B3 informou em sua primeira divulgação de resultados após a fusão entre BM&FBovespa e Cetip o orçamento de investimentos e despesas da companhia combinada.
Essa queda do lucro da companhia reflete as despesas relacionadas à consumação da operação, que ocorreu no fim de março, após as aprovações regulatórias. Em seu demonstrativo financeiro, a companhia aponta que R$ 275,7 milhões foram despesas relacionadas à combinação com a Cetip, como gastos com bancos de investimento e escritórios de advocacia envolvidos na operação.
Outra linha que avançou no trimestre, pelo mesmo motivo, está em “diversas”, o que inclui, por exemplo, mudança da metodologia de análise de contingências, que somou R$ 164,107 milhões no período analisado.
Se forem desconsiderados tais itens, não recorrentes, o lucro combinado no primeiro trimestre seria de R$ 523,6 milhões, alta de 9,6%. No entanto, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 22,5%.
“A consumação da combinação de negócios entre a BM&FBovespa e a Cetip possivelmente está entre um dos principais marcos na história do mercado financeiro brasileiro.
Nossa maior prioridade no curto e no médio prazos é integrar as duas companhias, enquanto continuamos a executar nossas atividades diárias com excelência e em benefício de nossos clientes, reguladores e acionistas”, destaca, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro da B3, o diretor presidente da companhia, Gilson Finkelsztain.
Segundo o executivo, a busca da companhia será assegurar que a integração “permita capturar todas as eficiências e os benefícios esperados da combinação”.
Esse é a primeira divulgação de resultados já com Gilson Finkelsztain no comando da companhia. O executivo, ex-presidente da Cetip, sucedeu Edemir Pinto no início do segundo trimestre do ano.
A receita líquida da companhia combinada atingiu R$ 940,907 milhões no primeiro trimestre do ano, alta de 7,6%. Em relação aos últimos três meses do ano passado a receita caiu 1,8%.
“Precisamos destacar que estamos reportando números combinados que dão uma boa percepção da companhia de como ela será daqui para frente”, afirma o diretor executivo de Financeiro e de Relações com Investidores da B3, Daniel Sonder, em entrevista ao Broadcast.
A fusão entre BM&FBovespa e Cetip foi aprovada pelos órgãos reguladores no dia 22 de março, mas o pontapé da integração foi dado no dia 29.
As teleconferências da B3 estão programadas para ocorrer na próxima segunda-feira, dia 15. A primeira será às 11 horas, em inglês, e a segunda, às 13 horas, em português.
No primeiro trimestre do ano as despesas ajustadas da companhia somaram R$ 252,2 milhões, alta de 8,5% na relação anual, porém queda de 17,3% ante o visto no último trimestre do ano passado.
Esse dado retira do total a depreciação e amortização, concessão de ações e opções, despesas relacionadas à combinação com a Cetip e provisões, tanto as recorrentes como as não-recorrentes.
Considerando ao número total as despesas chegaram em R$ 754,5 milhões, elevação de 135,3% ante o primeiro trimestre de 2016 e alta de 71,9% ante os últimos três meses do ano passado.
No ano passado, a BM&FBovespa havia divulgado um orçamento de despesas para o ano entre R$ 675 milhões até R$ 705 milhões, mas sem, obviamente, considerar a fusão, mas a empresa já havia informado ao mercado que revisaria as estimativas caso a aprovação dos reguladores ocorresse, o que, ao final, aconteceu no dia 22 de março deste ano.
A receita subiu 7,6% do primeiro trimestre de 2016 para o deste ano, passando para R$ 940,9 milhões, e as despesas subiram 135,3%, para R$ 754,5 milhões. O resultado financeiro ficou estável.
A companhia explicou no release de resultados que, como consequência da combinação das duas empresas, as demonstrações financeiras incluem apenas dois dias dos resultados da Cetip. Com isso, a análise é baseada em uma demonstração financeira gerencial combinada não auditada.
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