A Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras) apurou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo líquido de R$ 3,898 bilhões de igual período de 2016.
Segundo a companhia, esse resultado foi influenciado por:
1) Resultado de participações societárias, de R$ 3,211 bilhões, influenciado, principalmente, pela receita da alienação de ativos (Celg D) no montante de R$ 1,525 bilhão e pelo efeito da Portaria nº 120, de 20 de abril de 2016, do Ministério de Minas e Energia, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE);
2) Passivo a descoberto em controladas no montante de R$ 1,173 bilhão, impacto, principalmente, pelas controladas Amazonas Energia Distribuição (R$ 708 milhões), CGTEE (R$ 236 milhões) e Ceron (R$ 110 milhões); 3) Reversão de Provisões para contingências judiciais, no montante de R$ 2 milhões, decorrente, principalmente, de reversão de provisões relativas aos processos judiciais de empréstimo compulsório.
"O efeito da alienação de ações da Celg D em participações societárias representou o impacto positivo de 1,525 bilhão...", afirmou a Eletrobras em nota, lembrando que o leilão da distribuidora goiana foi realizado em novembro de 2016 e o contrato de venda da empresa assinado em fevereiro deste ano.
A empresa informou ainda que a receita operacional líquida passou de 6,761 bilhões de reais no primeiro trimestre do ano anterior para 8,97 bilhões no primeiro trimestre de 2017, especialmente em função do reconhecimento contábil referente à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE – ativos de transmissão antes de 2000) de 1,553 bilhão de reais.
Outro fator positivo foi a redução da provisão relativa a processos judiciais envolvendo empréstimo compulsório, que passou de 2,814 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2016 para reversão de 142 milhões de reais no primeiro trimestre de 2017.
A empresa informou ainda que agregou 101 MW de capacidade instalada de geração de energia e 115 km de linhas de transmissão. O Ebitda gerencial foi de 1,413 bilhão de reais.
A receita operacional líquida somou R$ 8,969 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 32,6% superior aos R$ 6,761 bilhões de igual intervalo de 2016. A receita de geração cresceu 17,8% entre os dois períodos, para R$ 5,015 bilhões; a de transmissão mais que dobrou, indo para R$ 2,778 bilhões (de R$ 1,209 bilhão no 1º trimestre de 2016) e a de distribuição foi de R$ 2,579 bilhões, crescimento de 1%.
Os custos operacionais foram de R$ 3,417 bilhões, leve redução (0,8%) sobre os R$ 3,445 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.
A Eletrobras teve resultado financeiro negativo de R$ 1,338 bilhão entre janeiro e março deste ano, ligeira queda de 0,6% sobre o resultado financeiro negativo de R$ 1,345 bilhão em igual período de 2016.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 4,429 bilhões no trimestre inicial de 2017, ante Ebitda negativo de R$ 2,041 bilhões no mesmo período do ano passado.
Volume de energia
O volume de energia vendida pelas geradoras da Eletrobras no primeiro trimestres de 2017, de 38,4 mil gigawatts-hora (GWh), recuou 3,3% em relação ao registrado em igual período do ano passado.
O destaque positivo foi Furnas, cujo volume de vendas cresceu 29%, para 5,3 mil GWh, enquanto a Chesf registrou a maior queda, de 83%, para 300 GWh. A subsidiária nordestina, porém, teve aumento de 9,4% no volume de energia fornecida em regime de cotas, por meio das usinas que tiveram concessão renovada no âmbito da MP 579/2012, para 12,8 mil GWh.
Já as distribuidoras da Eletrobras venderam 3,9 mil GWh, com baixa de 9% em relação a igual trimestre do ano passado. Praticamente todas as distribuidoras do grupo mantiverem o mercado registrado nos primeiros três meses de 2016, com exceção da Amazonas Energia, que teve recuo de 20% no volume de vendas de energia, para 1,2 mil GWh no trimestre inicial do calendário atual.
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