Resquícios da web discada, Anatel acaba com a obrigação do uso de provedores
No passado não muito distância (mais precisamente final dos anos 1990 e
início dos anos 2000), para usar a internet era preciso usar um
provedor, que era instalado na máquina como um discador e funcionava
como espécie de “ponte” para aquele mundo novo que era a internet. Foi a
época de ouro de sites como Yahoo e o início de empresas como Ig, UOL,
Terra, Hotlink, entre outros.
Em uma tentativa de aumentar a competição do mercado e reduzir o custo do serviço de internet para o público, a Anatel acaba de anunciar que está dando fim à necessidade da contratação de
provedores de internet para ter acesso aos serviços de banda larga fixa.
Com isso, as empresas terão que informar seus clientes de que não há
mais a necessidade deles.
Outro
detalhe: o fim da obrigatoriedade só vale para empresas com mais de 50
mil clientes, que vão passar a ter que informar aos seus assinantes
sobre a opção de acessar a internet sem o provedor.
Essa
exigência não vale para pequenos provedores (menos de 50 mil clientes).
No entendimento da Anatel, o fim da cobrança pelo provedor
comprometeria o rendimento dessas empresas, já que elas próprias
costumam prestar o serviço.
Em
todos os casos, se o usuário preferir, vai poder contratar um provedor,
que pode oferecer serviços extras, como serviço de e-mail.
A mudança desagrada em cheio a Associação dos Provedores de Internet,
que hoje publicou nos jornais de todo o País uma nota em que dizia
temer justamente por essa decisão da agência reguladora.
Segundo Eduardo Parajo, presidente do Conselho Consultivo da Abranet,
a aprovação do novo regulamento para o SCM (Serviço de Comunicação
Multimídia) pode significar a eliminação do tratamento isonômico e o
risco do desemprego de mais de 150 mil trabalhadores diretos e indiretos
do setor, "sem prévio e necessário debate quanto a eliminação dos
provedores".
A decisão não afeta, na prática, os usuários de operadoras de TV a
cabo como a NET, que já ofereciam acesso sem necessidade de provedor. No
entanto, na maior parte do País, ainda era necessário essa contratação.
No entanto, os provedores de acesso à internet continuarão existindo,
pois atualmente 10% dos acessos à rede no Brasil é feito de forma
discada. A Anatel também determinou que os provedores deverão guardar os
registros de conexão por um ano para ajudar no rastreamento de crimes
cibernéticos.
De
acordo com a Anatel, 3.947 empresas prestam o serviço de banda larga
fixa hoje no país, a maioria de pequeno porte. As mudanças definidas
nesta quinta pela agência ocorrem após 4 anos de discussões.
Até agora,
empresas interessadas em prestar banda larga, TV por assinatura e
telefonia, o chamado combo, eram obrigadas a requerer uma outorga para
cada um, ao custo de R$ 9 mil (R$ 27 mil no total).
Com a mudança, se a
empresa quiser prestar os três serviços, pode formalizar um único pedido
e vai desembolsar R$ 9 mil.
Já se a empresa optar por oferecer apenas serviço de banda larga fixa, a outorga sairá por R$ 400.
Com
a redução de custos, a Anatel espera a entrada de novas empresas no
mercado e a redução do preço dos serviços para os consumidores.
A mudança, no entanto, não vem sem algumas exceções: aqueles que
utilizam internet discada ainda precisam de um provedor pelo simples
motivo de que, sem ela, não há como utilizar o serviço.
Além disso, a
mudança só vale para empresas com mais de 50 mil clientes, já que
companhias com menos do que isso podem ter seu rendimento gravemente
prejudicado com a alteração
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