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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Debate ambiental é desafio para expansão do setor elétrico

Novos desligamentos de térmicas não devem ocorrer em junho--EPE 

 No início de maio, o governo autorizou o desligamento de quatro térmicas, diante da melhora da situação dos reservatórios das hidrelétricas. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não descartou a possibilidade de outras térmicas mais caras serem desligadas em junho.


  Novos desligamentos de usinas termelétricas não devem ocorrer em junho, afirmou, ontem, o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim. Para ele, é prudente manter as plantas ligadas.

A manutenção da geração termelétrica atual será avaliada na próxima reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, no início do mês que vem.

Praticamente toda a capacidade de geração termelétrica do País foi acionada em outubro passado e ficou ligada durante todo o período úmido, já que o nível nos reservatórios das hidrelétricas era o pior da década.

Governo acelera estudos para linha de transmissão de energia de Belo MonteDe acordo com Tolmasquim, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a EPE discutem a possibilidade de se construir uma segunda linha de transmissão para a usina de Belo Monte. 

O projeto adicional sairia também de Xingu, mas chegaria ao Rio de Janeiro. Além de escoar a produção de Belo Monte, Tolmasquim afirmou que o segundo tronco de transmissão permitiria transportar a energia do Complexo Hidrelétrico do Rio Tapajós (PA) - a primeira usina do complexo, São Luís do Tapajós, está prevista para ser licitada pelo governo em 2014. "A linha também reforçaria o intercâmbio de energia entre o Norte e o Sudeste do país", afirmou ele.

Em evento, residente de entidade energética criticou falta de consenso com a área ambiental e afirmou que termelétricas devem continuar funcionando

Conforme o presidente do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, as chuvas em maio estão abaixo do esperado, mas a situação pode melhorar em junho. "Maio não está muito bem, está abaixo da média e espero que os meteorologistas estejam certos, porque dizem que em junho melhora", disse.

Em pleno período seco, os reservatórios das hidrelétricas continuam abaixo da média de 2011. A tendência, segundo Chipp, é que as usinas térmicas, que aumentam o custo das tarifas elétricas, continuem operando para dar segurança ao sistema.

No domingo, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estavam 62,2% cheios, os do Sul, 54,3%; e os do Norte, 95,9%. O Nordeste tem a situação mais preocupante, com os reservatórios 49,1% cheios.
 
Debate ambiental é desafio para expansão do setor elétrico, diz EPE

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta terça-feira que um dos principais desafios para a expansão do setor elétrico é o diálogo com a área ambiental.
 
"A gente tem um entrave na expansão...que é o diálogo com a área ambiental", disse Tolmasquim, durante evento do setor no Rio de Janeiro.

"A questão de como viabilizar a expansão do ponto de vista ambiental exige tratar com áreas fora do setor...Que são cada vez mais complexas", acrescentou.

O diretor da EPE disse ainda que são necessários "mecanismos mais fáceis de diálogo" entre o setor elétrico e o segmento ambiental, e que os entraves para expansão estão cada vez mais visíveis no segmento de transmissão de energia, além da geração.

"A solução não é simples, não existe solução unilateral. Depende de diálogo, depende de convencimento", disse.

Licenças emitidas por órgão ambientais são necessárias para início de obras e operação comercial de novos empreendimentos do setor elétrico. Em alguns casos, ainda é exigida licença prévia ambiental para possibilitar participação de grandes hidrelétricas em leilões.

Empreendedores reclamam que o atraso na liberação de licenças também atrasa a operação de novos projetos, o que ainda aumenta os riscos do investimento.
 

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