A Usiminas, que desde o ano passado vive um processo de recuperação operacional e financeiro, registrou lucro líquido atribuível a controladores de R$ 76,9 milhões no terceiro trimestre, segundo balanço publicado nesta sexta-feira (27) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A venda de aço pela Usiminas no terceiro trimestre do ano atingiu 1,016 milhão de toneladas, alta de 6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o aumento foi de 3%. De janeiro a setembro, as vendas subiram 6%, para 2,935 milhões de toneladas.
Das vendas realizadas no período, 87% foram destinadas ao mercado interno e o restante, para as exportações. As vendas no mercado doméstico totalizaram 882 mil toneladas, aumento de 8% na relação anual e de 4,9% ante o segundo trimestre deste ano. As exportações somaram 134 mil toneladas, alta de 8% ante o mesmo intervalo de 2016, porém queda de 9,8% ante o segundo trimestre.
Das exportações realizadas pela Usiminas, 32% foram destinadas à Argentina e 33% para a Alemanha. Os Estados Unidos responderam por 6% das vendas externas.
A produção de aço bruta pela Usiminas no terceiro trimestre do ano chegou em 760 mil toneladas, recuo de 4,5% ante o visto no mesmo intervalo do ano passado. Ante o segundo trimestre, a queda foi de 1%. Já a produção de laminados somou 983 mil toneladas, aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2016. Ante o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 2%.
O resultado financeiro foi negativo em R$65,0 milhões no 3T17, contra R$171,3 milhões negativo no 2T17, uma diferença de R$106,3 milhões, principalmente em função de ganhos cambiais registrados no 3T17 de R$56,0 milhões, decorrente da valorização do Real de 4,2% no 3T17, contra perdas cambiais de R$77,2 milhões no 2T17, em função da desvalorização do Real em 4,4% naquele período.
A Usiminas retomou duas unidades de produção de minério de ferro e teve volume para ampliar suas vendas. No terceiro trimestre deste ano as vendas do insumo atingiram 904 mil toneladas, crescimento de 14% ante o observado um ano antes. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior houve um aumento de 44%. No ano até setembro, no entanto, as vendas da commodity caíram 15% para 2,176 milhões de toneladas.
A produção foi de 1,053 milhão de toneladas, aumento de 47% na relação anual e de 53% na trimestral. No período analisado, o custo caixa do produto foi de R$ 60,2, contra R$ 73,2 no segundo trimestre do ano, redução explicada pela diluição dos custos fixos.
No terceiro trimestre do ano a Usiminas retornou ao mercado de exportação de minério de ferro, com a venda de 175 mil toneladas.
Em 30/09/17, a dívida bruta consolidada era de R$6,9 bilhões, uma redução de R$89,3 milhões em relação à de 30/06/17. No 3T17, houve valorização do Real frente ao Dólar de 4,2%, que impactou positivamente a parcela da dívida em moeda estrangeira, que correspondia a 25% da dívida total nesta data. A composição da dívida por prazo de vencimento era de 13% no curto prazo e 87% no longo prazo.
A dívida líquida consolidada em 30/09/17 era de R$4,7 bilhões, contra R$5,0 bilhões em 30/06/17.
Entre julho e setembro deste ano, a siderúrgica vendeu mais aço e voltou a exportar minério, após mais de um ano sem escoar a produção da commodity. Também beneficiada pelo efeito de reajustes de preço de seus produtos, a companhia apurou receita líquida de R$ 2,74 bilhões, alta de 20,8% em comparação anual.
Os custos de venda também subiram, mas em ritmo menor, de 19%, para R$ 2,38 bilhões. Mas a companhia viu suas despesas com vendas avançarem 21,2%, para R$ 63 milhões, e as gerais e administrativas crescerem 21,4%, para R$ 106,1 milhões.
Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 444,1 milhões no trimestre, segundo o cálculo feito pela instrução 527 da CVM, aumento de 47,8%. O Ebitda ajustado subiu 47,5%, para R$ 452,8 milhões.
O peso dos gastos só não foi maior porque a Usiminas obteve maiores receitas com o Reintegra, programa de desoneração de resíduos tributários para exportadoras, em R$ 5,9 milhões; ganhos com a venda de energia excedente, em R$ 10,9 milhões; e perdas 22,7% menores com a parada de equipamentos, em R$ 104 milhões.
Também reforçou a última linha do balanço da empresa uma melhora no resultado financeiro. As despesas financeiras líquidas caíram 59,2%, para R$ 65 milhões -- motivo pelo qual também a diferença para o lucro do segundo trimestre não foi tão alta.
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